Dreamcatcher

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Dreamcatcher – Filtro dos Sonhos

Na rica cultura dos povos indígenas certamente aprendemos uma série de lições práticas e eficientes para nossas vidas. O que a civilização moderna perdeu ao longo do tempo, assistimos presente na vida desses povos originais do nosso planeta.
O relacionamento desses nativos com a natureza, por exemplo, denota seu respeito e confiança na mesma, além da sincera compreensão de que toda vida é sagrada e contém em si a energia fundamental do criador.

São os símbolos da natureza que inspiram esses povos na criação de seus instrumentos sagrados.
O círculo que define o tambor, que delimita suas tendas, que orientas suas danças, por exemplo, molda também o Dreamcatcher (Apanhador de Sonhos) e todos são inspirados na natureza, nos movimentos circulares dos ventos, no movimento circular do sol e da lua, das estações do ano, dos ninhos dos pássaros, no movimento circular que a criatura humana percorre durante a vida, de uma infância à outra.

Observando mais de perto o Dreamcatcher (Apanhador de Sonhos ou Filtro dos Sonhos) vemos também a representação da teia de aranha e lembramos que o universo é uma enorme teia na qual toda a criação está conectada.

Todas as tribos norte-americanas confeccionam seus Dreamcatchers, mas o primeiro registro da utilização desse artefato sagrado está relacionado à tribo Ojibwe ou Chippewa que vivia na região dos grandes lagos americanos, entre o Canadá e os Estados Unidos.

A introdução desse objeto sagrado na vida desses nativos é contada por uma lenda.
Diz-se que um índio saiu em peregrinação ao topo de uma montanha, em busca de visão e que durante sua meditação encontrou uma aranha, a grande tecelã do universo, que lhe trouxe uma importante mensagem.
A aranha  prendeu as extremidades de um galho de cipó formando um círculo e teceu dentro dele, uma teia. Enquanto tecia sua teia ela lhe lembrou que tudo nessa vida está relacionado ao movimento circular. Lembrou também, que a vida é rodeada de energias boas e energias ruins e que cabe a cada um de nós separa-las e trabalhar com elas. Se trabalharmos com as energias boas, seremos guiados na direção da harmonia com todas as coisas, mas, em caso contrário, encontraremos a dor e o infortúnio.
Quando a aranha terminou de tecer sua teia, entregou ao índio o aro e lhe disse:
“No centro deste aro está a teia que representa o ciclo da vida. Use-a para ajudar o seu povo a alcançar seus objetivos, fazendo bom uso de suas ideias, sonhos e visões.”

Vale mencionar que os sonhos desempenham um papel fundamental na vida desses povos e aprender a decifrar as mensagens contidas neles, é a tarefa mais importante que têm durante sua passagem pela terra. Logo, o Dreamcatcher se tornou uma importante ferramenta para auxilia-los nesse propósito.
Pela teia circulam as energias positivas e negativas. As negativas ficam presas nas ramificações da teia enquanto que as positivas atravessam o furo central e penetram no ambiente em que o artefato estiver colocado. Com o nascer do sol, a luz dissolve as energias negativas que  estavam presas à teia. As penas que enfeitam essas peças representam o elemento Ar, a respiração e as contas ou cristais representam o elemento Terra.

Com a popularização desse artefato por volta dos anos 60, qualquer pessoa pode ter o seu Dreamcatcher pendurado na janela ou nas paredes de suas casas, locais de trabalho, em seus carros. E como aqueles confeccionados pelos povos nativos, proporcionam harmonia, garantem o fluxo de energia positiva no ambiente e descartam as influências negativas às quais somos submetidos diariamente em qualquer ocasião.
Convém, porém, dar preferência às peças confeccionadas artesanalmente, se possível por alguém que conheça e respeite a cultura indígena e cada um dos elementos usados na confecção do mesmo. Alguém que terá o cuidado de canalizar vibrações harmoniosas durante o feitio da peça.

Símbolo de confraternização entre os povos nativos, o Dreamcatcher é um importante aliado na limpeza e manutenção energética do espaço em que vivemos.

Lourdes Azevedo

As cores e os Povos Nativos

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As cores na vida dos povos
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Quando o criador de todas as coisas “Wakan Tanka”– Grande Espírito – Deus, concebeu nosso planeta, a “Mãe Terra” e tudo o que nele habita, Ele deixou evidente o valor das cores em suas mais diversas e incríveis variações.
Um lindo céu azul que nos envolve, os diversos tons de verde que compõem a vegetação, as fascinantes cores das flores, frutas, aves, animais, enfim, tudo desfila uma gama infindável de cores que provocam as mais diversas reações na criatura humana.
Essas reações vão do puro deleite à cura de emoções e enfermidades que, comprovadamente, levam ao equilíbrio que todos nós almejamos.
A cromoterapia, por exemplo, é um vasto campo de estudos e que tem se mostrado eficaz no tratamento de diversos desequilíbrios da nossa espécie, com o uso apropriado das cores.

As cores se tornaram instrumentos de expressão de todos os povos. Símbolos e suas cores são criados para representar nações, sentimentos, divindades, desde os primórdios de nossa existência.

Com os povos nativos essa expressão não é diferente.
Basta observar a profusão de cores em suas indumentárias cerimoniais, seus instrumentos ritualísticos, suas tendas e até mesmo a pintura que fazem em seus rotos.

Precisamos ter em mente, porém, que o significado das cores para os nativos norte-americanos varia bastante de tribo para tribo e a quantidade de tribos existentes na América do Norte é bastante grande.

Mas é possível identificarmos os significados de algumas cores que se repetem entre eles.
Vale dizer ainda, que as cores podem mudar de significado de acordo com o propósito de quem as usa.

Vamos começar falando um pouco de um dos mais importantes símbolos  desses povos que é a “Medicine Wheel” ou “Roda de Medicina” ou “Roda de Cura”.
A Roda de Cura é o símbolo da vida, um círculo infinito, sem começo ou fim.

Para muitas nações esse símbolo pode representar o Sol, a Lua, a Terra, as Estrelas, bem como alguns conceitos da vida como a continuidade, a consciência, energia, etc.
Para os nativos o conceito de círculo é fundamental e baseia-se em pura observação da natureza: o movimento circular do sol e da lua, das estações do ano, o formato dos ninhos dos pássaros, o movimento dos ventos, etc.

Dividindo esse círculo, temos duas linhas que se cruzam no meio do mesmo, resultando em quatro partes iguais. Essas partes podem representar:
– as 4 direções (pontos cardeais)-Leste, Sul, Oeste e Norte
– as 4 estações do ano – Primavera, Verão, Outono e Inverno
– os 4 estágios da vida – Nascimento, Juventude, Fase Adulta e Morte
– os 4 elementos – Terra, Fogo, Água e Ar
– as 4 raças humanas – Vermelha, Amarela, Preta e Branca
e assim por diante.

As cores usadas para representar cada um desses segmentos da Roda de Cura, também têm uma pequena variação.Talvez a mais conhecida seja a que divide o círculo em Preto, Branco, Amarelo e Vermelho.

1 – Amarelo

Para os nativos, o Leste é Amarelo.
O Leste é a direção na qual nasce o sol. As primeiras luzes do amanhecer acontecem no leste.
O leste é também o começo do entendimento, porque a luz nos ajuda a enxergar as coisas como elas realmente são. Num nível mais profundo, o leste representa iluminação, inspiração, a capacidade de superarmos desafios.
Portanto, o amarelo é a cor da iluminação, da inspiração, do crescimento, do emocional, do amor incondicional.

Nas pinturas de rosto, o amarelo significa determinação e nas pinturas de guerra ele representa a disposição do guerreiro de lutar até a morte.

Nos adornos de objetos sagrados como o “Talking Stick” (Bastão que Fala) ou o “Prayer Stick” (Bastão de Orações), o amarelo denota conhecimento, sabedoria e coragem.
Na pintura de “Totem Poles” (imagens esculpidas no tronco de árvores), muito comum entre os povos nativos na costa do Pacífico dos Estados Unidos, o amarelo é o símbolo do sol e representa luz e felicidade.

2- Vermelho

O vermelho representa a direção Sul da Roda de Cura.
É no Sul que o sol atinge seu ápice e essa direção representa o calor e o crescimento. Os raios do sol estão mais poderosos nesse ponto do céu e promovem a vida na terra. Diz-se que a vida de todas as coisas provém do sul.
Numa visão geral, o vermelho representa a fé, a comunicação.
Interessante notar que para os Navajos, a cor que representa o sul é o azul.
Já para um dos maiores xamãs Sioux, “Black Elk” (Alce Negro), o sul é amarelo.
Nas pinturas de rosto, o vermelho significa fé, beleza, felicidade e nas pinturas de guerra ele simboliza o sangue, a violência e a energia.
Nos adornos de objetos sagrados, o vermelho simboliza vida, fé e felicidade e nas pinturas dos totens, volta a significar sangue, guerra e bravura.

3- Preto

O preto simboliza o Oeste, onde o sol se põe e o dia termina. Por essa razão o Oeste simboliza a maturidade, o fim da vida, a transformação, a introspecção, o autoconhecimento.
O grande “Thunderbird” (Pássaro Trovão) vive no Oeste e de lá envia trovões e chuva para a terra. Por essa razão o Oeste é também a fonte da água – chuva, rios, lagos, oceanos.
O preto que representa essa direção sugere o silêncio, o examinar a si mesmo.
Nas pinturas de rosto o preto simboliza a vitória e o sucesso, diferente das pinturas de guerra em que o preto simboliza agressividade, força e poder.  O preto avisa que o guerreiro que usa essa cor como pintura é muito poderoso e já provou isso em batalhas anteriores.
Nos enfeites, pinturas e adornos de objetos sagrados, o preto representa a clareza, o foco, o sucesso e a vitória.
Já nos totens o preto volta a representar força e poder.

4 – Branco

O Norte é representado pelo branco. O Norte traz o frio, os ventos cortantes do inverno. Esses ventos são purificadores. Fazem com que as folhas antigas caiam das árvores e que a terra descanse sob um grande cobertor de neve.
O Norte representa os desafios que as pessoas precisam enfrentar durante a vida e a limpeza à qual precisam se submeter.
O Branco aqui representa a sabedoria dos mais velhos, a paciência, perseverança e o ato de compartilhar.
Nas pinturas de rosto o branco simboliza a pureza, a luz e nas pinturas de guerra simboliza o luto.
Como adorno, o branco é usado para representar o espírito, a luz, a pureza e nas pinturas de totens ele representa a paz, a pureza e a morte.

Ainda sobre as direções sagradas da Roda de Cura e suas cores, é interessante mencionar que quando o povo Lakota ora com seus cachimbos sagrados, eles incluem mais duas direções a essa Roda:

O Céu e a Terra.

O Céu, o Grande Espírito Wakan Tanka, comanda todas as coisas lá de cima, como uma águia que patrulha o firmamento. Para representar essa direção o Azul foi escolhido.
O Azul simboliza ainda a sabedoria, a sinceridade, a intuição nas pinturas de rosto e a confiança nas pinturas de guerra. Como adorno de objetos sagrados, o azul representa a oração, a intuição e na pintura de totens representa os oceanos, rios, lagos e o céu.

A Terra é a sexta direção, nossa Mãe de quem recebemos nutrição e que mantém a nossa vida.
A cor usada para representa-la é o Verde, a cor de todas as coisas que crescem no solo sagrado da grande mãe.
Nas pinturas de rosto o verde simboliza a natureza, a harmonia, a cura. Já nas pinturas de guerra, representa a persistência e determinação.
Nos totens a cor representa as colinas, montanhas, a natureza.

Gostaria de adicionar ainda, mais uma cor:

Roxo:
Essa cor não é usada nas pinturas de rosto ou pinturas de guerra. Ela é considerada uma cor sagrada que simboliza mistério, poder e magia. Ela é usada para adornar objetos sagrados e nos totens pode representar também, montanhas muito distantes.

Conhecer um pouco sobre as cores que os povos nativo-americanos usam como representação, nos ajuda a identificar suas intenções e sentimentos, ampliando nossa capacidade de percepção dessa rica e maravilhosa cultura.

 

 

Cachorro

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Dizer que o cachorro é o melhor amigo do homem, seria no mínimo redundante.
A verdade é que desde o tempo em que os índios viviam em paz no território americano, esses animais estavam sempre por perto.
É claro que naquele tempo eles não eram domesticados como os de hoje em dia, mas sempre houve um relacionamento próximo, de lealdade entre eles.
Os cachorros ajudavam os índios a caçar e eram excelentes vigias de seus acampamentos, dando alarme sempre que um fator de perigo se mostrava iminente.
Eram também uma preciosa fonte de calor que ajudava o povo nativo a enfrentar os rigores do inverno.
O cachorro parece saber ler nossos pensamentos, nossas emoções e está sempre apostos aos nossos comandos.
Não é sem motivos que ele se transformou em símbolo de fidelidade e companheirismo.
Um amor incondicional ao seu dono, que sabe entender perfeitamente nossos altos e baixos, nossas mudanças de humor e comportamento. Sabe superar nossas oscilações emocionais e está sempre disposto a nos perdoar e demonstrar seu amor e cuidado.
Existe uma grande sabedoria no comportamento desse animal e por isso associamos a energia mágica do cachorro à tomada de decisões. Sim, essa energia é de grande ajuda quando precisarmos enxergar com clareza uma determinada situação e decidirmos que caminho seguir.
O cachorro também nos alerta a sempre verificarmos se estamos sendo fiéis não apenas aos os outros, mas também a nós mesmos. Será que, no afã de agradarmos todo muindo, da necessidade de sermos aceitos em nosso meio, estamos nos afastando no nosso verdadeiro “eu”?
Estamos traindo nossos sonhos, nossos sentimentos, nossos propósitos?
Estamos traindo nossa própria confiança?
Até onde somos fiéis às nossas crenças, aos nossos valores?
Será que estamos nos deixando levar pela opinião alheia, pelo nosso comodismo?
Ou ainda, será que estamos traindo a confiança de alguém que realmente nos quer bem?
A energia mágica do cachorro, sua medicina, poderá nos ajudar a recuperar a lealdade em nossos relacionamentos, a a lealdade para conosco e ainda, a lealdade para com o todo, para com o bem maior.

 

Coruja

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A coruja é uma ave que desperta uma série de opiniões contraditórias.
Há aqueles que a consideram uma ave de mau agouro, talvez em função dos sons soturnos que ela emite.
Outros a vêm como símbolo de sabedoria, talvez em função de seus grandes olhos que parecem estar sempre prestando muita atenção.
Os nativos costumam chama-la de “Águia da Noite” e a relacionam com a direção Leste da Roda de Cura, a direção da iluminação.

A coruja tem algumas características bem marcantes. É uma ave que caça à noite, quando sua visão é ainda mais aguçada. Sua fantástica audição é considerada uma das mais sensíveis dentre todas as aves do mundo. Some-se a isso, o fato de que ela consegue voar quase sem produzir nenhum ruído. Essas vantagens certamente permitem que suas caçadas por alimento sejam, via de regra, muito bem sucedidas.
Diz-se também, que a coruja consegue ver o que outras aves não conseguem e isso caracteriza muito bem as pessoas do “Clã da Coruja”, aquelas  que têm nessa ave, uma grande aliada. As pessoas do Clã da Coruja percebem com facilidade a verdadeira intenção por trás das palavras ou ações dos outros. São pessoas difíceis de enganar e que não se iludem facilmente. Conseguem perceber claramente a verdadeira aparência por traz das máscaras.

As corujas fazem uma ponte, uma ligação, entre o mundo da escuridão e o mundo da luz, do claro, do aparente. Ela é considerada a mensageira da noite. Costuma-se dizer que se uma coruja se aproximar de você, pode significar que está na hora de enfrentar seus medos, de estudar uma situação com mais profundidade para se resolver um aparente mistério. Pode significar ainda que está na hora de deixar ir embora alguma coisa na sua vida que já não lhe serve mais.
Seus grandes olhos nos recomendam a prestar mais atenção nos acontecimentos e desenvolver melhor nossa capacidade de discernimento. Nos recomendam colocar um olhar mais profundo em todas as situações para desvendarmos seus mistérios.
A coruja é a sabedoria antiga, ancestral, que devemos buscar para nossas vidas.

Cavalo

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Basta observarmos um cavalo galopando livre no campo, para descobrirmos um de seus maiores atributos: O Poder.
Nada parece capaz de detê-lo!
Ele é um animal imponente, forte, incrivelmente bonito e elegante.
Para os nativos o cavalo representa exatamente isso: Poder. Poder no mundo físico e no mundo espiritual.
Vamos parar um minuto e pensar o quanto nosso mundo mudou desde que o homem resolveu montar no dorso de um cavalo para encurtar o tempo de suas viagens de uma localidade à outra, para ajuda-lo a carregar suprimentos, pertences e até a família.
Devemos muito de nosso progresso à esse maravilhoso animal.  Até hoje, quando falamos em poder, potência de um motor por exemplo, usamos a expressão “cavalos de força”.

Um cavalo selvagem é um espírito livre – um misto de força e sabedoria.
Sim, o poder  só será poder realmente, se ele estiver embasado na sabedoria. Qualquer outra manifestação de poder sem essa sabedoria, será apenas força, tirania e não ‘poder’.
Para os nativos, a sabedoria é algo a ser compartilhada o que confere ainda mais poder a quem assim o faz.
O espírito livre do cavalo nos transmite diversas lições. Nos orienta a nos livrar das amarras que muitas vezes nós mesmos criamos e a ‘montar num cavalo’ para galgar novos caminhos.
Velocidade, força, graça, gentileza e tolerância são características desse animal que nos ensina a, igualmente, corrermos com nosso espírito livre, sermos fortes para defendermos nossos ideais, graciosos e pacientes para com aqueles que nos cercam.
O cavalo nos lembra de nosso poder interior e nos dá coragem para seguir adiante, para fortalecermos nossa ligação com o Grande Espírito, o Criador.
Suas costas e pernas fortes nos orientam a permanecermos sólidos em nosso caminho espiritual e a carregarmos nossos fardos coim dignidade, lembrando sempre que o verdadeiro poder é a sabedoria, o equilíbrio e que para alcança-la precisamos manter viva em nossa mente, cada uma das lições que aprendemos durante nossa jornada aqui na Terra.
Se você está se sentindo subjugado por alguém ou percebeu que está oprimindo outra pessoa, busque a energia do cavalo para reequilibrar suas forças e construa seu Escudo de Poder.
O importante é manter a unidade, o sentimento de família, entender que para que haja um mundo melhor, precisamos ser pessoas melhores.

Tartaruga

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O que nos vem à mente quando pensamos na tartaruga?
É  um animal interessante que carrega a própria casa nas costas, se move lentamente em terra, rapidamente no mar, que vive muito, que é resistente, entre outras coisas, certo?
A tartaruga está associada à paciência, à perseverança, à tenacidade, à resistência.

Na visão dos povos nativos ela é a personificação da Mãe Terra, da energia feminina.
Assim como a tartaruga se protege de agressões externas com sua dura couraça, a Mãe Terra se protege das agressões que lhe causamos, através de severas mudanças climáticas, de abalos sísmicos, de atividades vulcânicas, de tantas outras formas de desastres naturais que conhecemos. Assim a Terra se renova, se purifica e sobrevive, como a tartaruga.

Um grande ensinamento que a tartaruga também nos apresenta, é a importância de termos foco, de termos paciência para conseguirmos chegar onde desejamos.
Ela nos ensina a mantermos a calma em todas as situações da vida, prestando atenção aos detalhes do nosso caminho para aprendermos mais, sempre.
Observando a tartaruga aprendemos também a respeitar nossos limites e os limites dos outros, a entender  que cada um tem seu tempo, que cada um tem suas habilidades e que não devemos esperar que todos reajam da mesma forma, que todos tenham as mesmas opiniões, que todos façam as mesmas coisas.
Auto-estima, confiança em si mesmo, também são qualidades que ela nos mostra com sua maneira simples de ser.

A energia feminina da tartaruga está presente na ‘Lenda das 13 Matriarcas’, um conselho de mulheres nativas chamado de “A casa da tartaruga” que associava o calendário lunar
de 13 ciclos, aos 13 segmentos que formam o casco da tartaruga.
Essa irmandade de mulheres visava a cura da Terra à partir da cura pessoal.
E mais uma vez através da tartaruga somos advertidos a buscar a conexão com nosso ‘eu’ interior, a desenvolver nossa espiritualidade, a buscarmos novas idéias e novos caminhos, a fluir com naturalidade de uma situação à outra, assim como ela flui entre a terra e o mar.

Corvo

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Essa criaturinha chama nossa atenção por várias razões.
Primeiro é tão inteligente que alguns estudiosos o comparam aos chipanzés e aos golfinhos. Conseguem imitar a voz humana e diversos tipos de sons, até mesmo de outros animais. Possuem uma linguagem corporal incrível e apontam com o bico uma direção a seguir, um objeto a prestar atenção ou uma situação de perigo.
Não é à toa que fazem parte de muitos mitos em diversas culturas.
Essa é uma ave muito especial na cultura indígena também. Basta dizer que o Corvo é considerado o mensageiro das preces de curas dos Xamãs, ao Grande Espírito (O Criador).
Ele é considerado o portador da magia, portanto será um forte aliado quando lidarmos com a mesma.
Ele é o guardião da Magia Cerimonial e está sempre presente em qualquer roda de cura.
Sua cor, o preto, é a cor do vazio e na cultura indígena o vazio é denominado “Grande Mistério”, de onde o Grande Espírito (o Criador) é oriundo. O preto tão puco, tem qualquer conotação maligna na cultura indígena.

O Corvo nos fala de respeitar e honrar nossos ancestrais, nos fala de comportamento ético, de compromisso com a verdade.
Pessoas que têm o Corvo como aliado, são geralmente rápidas, inteligentes, sagazes, observadoras, místicas por natureza, éticas, justas, idealistas, muito intuitivas e curiosas.

(Lourdes Azevedo)

Aranha

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A grande tecelã do universo simboliza a criatividade, a sabedoria, a inspiração divina.
Ela é a manifestação da energia feminina, da força criadora, dos padrões das ilusões, dos disfarces.
Ela nos fala de cuidarmos de nosso próprio destino e não nos permitir cair nas teias das ilusões.

Muitas vezes insistimos ou permanecemos numa situação de ilusão e apesar dos problemas, não conseguimos mudar o rumo de nossas vidas. Teimamos em alimentar aquilo que pode estar nos matando, talvez por medo de enfrentar uma situação nova, desconhecida. E é exatamente aí que a aranha poderá nos devorar!
Ela ainda nos adverte a prestarmos atenção ao nosso ego. Alimento demais também poderá ser fatal. Quando nos achamos donos da verdade, perdemos muitas oportunidades de crescimento e desenvolvimento. E mais uma vez ficamos presos na teia das ilusões à mercê da aranha.

Precisamos estar atentos para a mensagem importante que essa maravilhosa criatura nos transmite: Somos criaturas de infinitas possibilidades, capazes de tecermos nossos próprios padrões ao longo de nossas vidas.

A teia também nos lembra que seu único e perfeito desenho, é formado por diversos pontos. Podemos dizer que cada um de nós representa um desses pontos e que só conseguiremos tecer um lindo desenho em nossas vidas, se nos unirmos a outros pontos de maneira harmoniosa.
A aranha sempre trará uma solução inovadora para seus empasses.

Búfalo

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Para os povos nativo-americanos, o Búfalo é sinônimo de abundância, de proteção e gratidão.
Ele foi a maior fonte de provisões para esse povo, na medida que lhes fornecia alimento, agasalho, abrigo e material para a confecção de diversos instrumentos.

Segundo a tradição dos índios Lakota, foi um filhote fêmea de Búfalo Branco que trouxe o Cachimbo Sagrado para seu povo e os ensinou a orar. (Futuramente escreverei mais sobre esse assunto).
A “Dança do Sol”, um dos sete rituais sagrados, é realizada para agradecer ao Grande Espírito pelas dádivas desse Guardião e pela abundância que ele representa.
Ainda hoje, a visão de um Búfalo para esse povo, significa que suas orações estão sendo ouvidas pelo Grande Espírito.

O Búfalo ocupa a posição ao Norte  da Roda de Cura, o lugar do Ancião, onde reside a sabedoria ancestral e o conhecimento sagrado. É nesse ponto da Roda de Cura que aprendemos a orar e a agradecer por todas as dádivas que temos.

A energia do Búfalo nos ensina ainda, a reconhecer que todos os caminhos são sagrados, ou seja, que as escolhas de cada um de nós devem ser respeitadas, mesmo que sejam totalmente diferentes das nossas.
Essa energia nos ensina a entender que sem a ajuda do Grande Espírito, não alcançaremos nossos objetivos. Somente com o coração humilde e agradecido, respeitando todas as formas de vida, poderemos trilhar um bom caminho na Estrada Vermelha da vida  e ainda sermos de ajuda a outros que possam precisar de nossa força.

A sabedoria do Búfalo inclui a abundância, a gratidão, o conhecimento, a generosidade, a força, a coragem, a retidão e a trabalhar para o bem maior.

Lobo

 

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O Lobo é um animal fascinante!
Sua visão e audição são muito apuradas e ele é capaz de percorrer grandes distâncias e alcançar grande velocidade.
Mas talvez o mais interessante sobre esse belo animal, seja sua capacidade de viver em sociedade, sua fidelidade à parceira escolhida (que o acompanhará até o final da vida) e seu comprometimento com os membros de seu grupo.
Numa alcateia cada lobo tem suas atribuições e todos obedecem ao líder, geralmente o casal com mais idade, mais força e experiência.
Quando ele sai para caçar ou desbravar novos territórios, ele sempre volta para seu clã e compartilha com os demais, todos os conhecimentos adquiridos em sua jornada.

O Lobo é um grande professor e esse é um dos aspectos marcantes de sua personalidade que pode nos servir de inspiração – sua habilidade de aprender, ensinar e compartilhar.

Ele é um grande aliado para aqueles que ensinam, escrevem, fazem conferências ou para aqueles que partilham sua energia visando a cura pessoal ou a cura do grupo.

O Lobo reside no Sul da Roda de Cura dos povos nativos e nos conecta com a energia da criança e com a necessidade de incluirmos a alegria em nossa rotina diária. Fazendo isso, nosso aprendizado e cumprimento de tarefas fica  muito mais leve e muito mais fácil .

Quando nos conectamos com a energia do Lobo, encontramos conhecimento, sabedoria, lealdade, respeito, empatia e ainda reconhecemos a importância da família e do grupo ao qual pertencemos.
Percebemos a importância da nutrição física e emocional de nossa alcateia.